sábado, 29 de dezembro de 2012

Modernos em tempos de revolta.

Uma Panela
Um ácido
Tempos Modernos
Uma palavra por tema
É minha teima de contra-ação

A saia, aquele cabelo
- Pega uma água aí Rafael, enquanto escrevo!


É a modéstia e a barba crescer
Pouco expressar, pouco atingir
Assim é melhor.

Quebra de volta
Fonema de quebra
Meio a inteiro sai mais justo que meio a meio ou,
Maio a Junho.

É gente, é verbo de ligação pra cacete.
Desafinar tudo que tudo é porreta!
Tempos Modernos, vá não volte.
Solta que a raiva vem envolta.

-Xinga, menino! Xinga esses meninos!
 Xinga essa geração
 Dá na cara
 Dá em Sebastião
 Põe a culpa que a culpa é nossa
 Dá uma ré e volta, revolta!

Eu quero a revolta
Que os tempos antigos vem me dando
Dando no couro é dando no anus

Então dilacera
Destrói
Que não há mais tempo
Pra X e Y
Nem pra Rio, Amarelos, e cowboys

Estes, que fogem a semântica
Que apelam o significante
Que determina muitos
Que individualiza insultos

Merecem os meus sustos
Merecem o nossos vultos
Pois pena que o plástico,
Demora muito minuto... de se decompor

Tempos de plástico
Gente de plástico
Coisas de plástico,
O Domingo é Fantástico

não?

Perdão a métrica mal lida
Despeço a palavra polida
Legível ao torto de ida
Não volta revolta ,que isso tudo... és partida.


Matheus Carmo








sábado, 22 de dezembro de 2012

Poema a 4 mãos.

Sentar na bunda da Quarta conjugar
Sentar num grito de alívio
                                  uníssono.

Depois do almoço e do inverno,
                                   o sono.
Com a bunda da Quarta a descansar.

Eis que um corte de caco ou um caco de lombo
Um tombo de início ou princípio de um tombo

Quem bufa é feliz
Quem não bufa tem medo
Quem bufa pede bis
Quem não bufa tampa o nariz
                                    com o dedo.

Matheus Carmo e Pedro Sena

domingo, 9 de dezembro de 2012

Coisas das Cousas.

Jaz que não posso e não consigo ficar há muito tempo longe do horizonte sem cutuca-lo
Coisas sem literatura também fuçam com a mesma, mesmo sem a conhecer.
U'mora ficarei mais vaidoso nos meus versos
Trarei para as palavras o pigarro dos boêmios
e a destreza poética em alguns versos

Inda que falar sobre o futuro seja só uma maneira de embelezar nossa pertença
Vê gente a se envolver
Vê gente a se mirar
Vê gente a se enganar
Vê gente a se enpapecer
Nesse malte de viver solenemente a procura do seu bem estar

O que dizer do que nós queremos e precisamos?

O mar ainda está lá
No mesmo lugar
Pra nos sugar
Fazendo chuá
E roncando à provocar

Ainda penso que na barriga do mar lê-se: vida

Amigos que só leiam meus versos
Quando tudo não for sorrir
Ventura de apaziguar a palavra à forma
É estar entre o equilíbrio e o distrair

Minha coleção estende-se mais
Ao observar de ressaca, como um pintor
As palavras e os jeitos dessa cidade
Verbalizar Salvador

Porque de cansaço estou satisfeito
Por quanto que louvores as borboletas os defeitos
Estejam-me a agraciar.

Penso no professor lá das origens escolares que empunhou a vida numa alegria de balde triste
Vive a reclamar, felizmente.

Até de flores minha Dulcineia ensina-me a enchierar.

Me chamo Matheus Daniel Rosa do Carmo
Nasci pelo cu da poesia
E fraturei um verso em gargalo

Linda mente a escrita pública
Deixo tudo isso envelhecer e criar barbas
Sem perder a mente que não mente às claras
O ar contente do caminho que afagas

E de seguir reto ao torto
Penso em voltar ao porto
Onde o sol tem outra simetria
A morte, fica até mais fria

Fumaça, 'barrunfo', calor, e páginas amareladas
Desses livros a não servir mais pra nada
Me encontro de uma entulhada
Atarefadas  e apressadas
Dormentes e acorrentadas
Suores e coordenadas
Cor de nada e esbagaçadas
Ao faquir da dor e da estrada
Um poeta que se entrega
As palavras e a um sorvete de goiaba
Como que de sorte aponte uma iluminada
De anseios e velejadas
Que palavras que terminam com 'nada' ou 'ada'
São assadas e me emprenham de emprenhadas
É lindo dizer: minha namorada
E no amor nada sua jornada
Pelo apreço dessas terminações desalojadas
Joguei no colírio a pomada
Relincha as inchadas
De tudo,
Ou de
Nada.

Matheus Carmo

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Astronauta (Vinícius de Moraes e Baden Powell): O fragmento romantista do Carmo

- Backsound: https://soundcloud.com/matheus-carmo/o-astronauta-matheus-carmo-ver
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Este vem a ser um texto literário, de aspecto ensaísta e conto que irá desenvolver-se por intermédio da tradução intersemiótica, a qual utiliza-se da obra O Astronauta, juntamente ao caráter mimético, para realizar e refletir um fragmento romantista, sendo então a passagem:
Obra  Ensaio/ Canção  Conto


                                "[...] O astronauta ao menos
                                  viu que a terra é toda azul amor
                                  isso é bom saber
                                  porque é bom morar no azul do amor..."
                                   (O Astronauta - Letra:Vinícius de Moraes - Melodia: Baden Powell)

.Ensaio Literário
. Signos chaves: Astronauta, Terra, Lua, Azul do Amor

O Astronauta, aquele que vive em terra firme, e por vezes viaja em seu foguete em anti entramento de órbita, amargurava-se da Terra, mesmo sem ainda ter o conhecimento pragmático, a qual devias ter pra ordenar os elementos poéticos, ao modo que a vida seja ordenada pelos significantes; e de tanta insatisfação, resolveu passar as férias na Lua, objectivando  simplesmente analisar o planeta Terra a partir de uma visão homogênea.

No dia em que o pequeno Astronauta chegou na Lua pela primeira vez, ignorou o espaço lunático em que habitava por completo, e logo agoniado, ainda que enormemente triste, correu direto pra pontinha da Lua, pra dali, poder assentar-se e ficar analisando como é, agora, a Terra. De lá de cima, ele olhava lá pra baixo, lonjura no olhar. Dentre alguns meros minutos, um gesto estranho, desconhecido, nesse caso, um gesto fora do normal comparando o mesmo com o tamanho da sua tristeza que encarnava em seu ser. Um sorriso puro e profundo nascia, dilacerante, contagiador, e irradiante, brotava em sua face. Foi assustador, ele não conseguia parar de olhar pra Terra e sorrir por um só instante, e assim, sorridente, e encantado, olhando  fixamente pra Terra, ficou, por noites e mais noites e mais noites.

Sorrindo e sentado na pontinha da Lua, tudo isso se acontecia porque ele havia descoberto que a Terra era Azul, e que não tinha porque ficar triste e se amargurando com a Terra, isso seria um desproveito. Agora que ele sabe que ela é Azul, e é real, a vida é lá.
Apaixonado e encantado pela descoberta, arrumou suas coisas urgentemente, ligou depressa o foguete, e partiu em retirada, direto pra Terra, na verdade, pro Azul da Terra, lá é o lugar onde vida há, e de fato, o Astronauta nasceu na Terra, é de lá que ele pertence, tornou-se necessário viver a vida real, pois além de tudo, ele é um ser vivo também. Paixão, sentimento, e amor, foi assim. Necessitou resolver a vida, antes cedo do que tarde, e então, ao encontro ao Azul da Terra, foi diretamente ao encontro do Azul do Amor, que por sua vez, também estava quase de partida.

O Astronauta e o Azul do Amor se encontraram, se juntaram e se somaram:
- A Terra me amargurava, isso aqui não fazia sentido pra mim, eu era triste que só, precisei fazer um viajem a Lua, e assim, de lá, ver a terra como realmente ela é, eu vi que a terra é toda azul, e isso é bom saber porque agora eu sei que também é bom morar no azul do amor. (Disse o Astronauta, desabafando, explicando, e mostrando, para o Azul do Amor)

Viver a vida na Terra, e  achar que tudo aqui faz bem, achar que a vida real pode ser vivida sem dores amenos, foi o maior engano que o Astronauta poderia imaginar, e ou, cometer.No mais, por sempre ter sentido as dores e as angústias aqui da Terra, o que se tornava costumável, já conseguia levar o ar para além do possível. Bater e apanhar quando for preciso.

O fragmento que este ensaio preocupa-se em retratar, é justamente d'uma dessas batidas e apanhadas em que fez o Azul do Amor e o Astronauta machucarem-se.

- brung brung brung Ossos do ofícios brung brung brung (Disse a Terra, depois de ter deixado o universo ter "feito a cabeça" dela)

Nesse repente, cuja leveza seja uma corrente natural, o pequenino viajante, sem ainda ter parado pra refletir e pensar, já foi direto lembrar de como se ligava aquele foguete, que há tempos não utilizava. Em estado pleno de angústia, assim como o Azul do Amor também se encontrava, se preparou, mais uma vez sozinho, para voltar a Lua, só que dessa vez, objetivando outras coisas. Já não queria mais se assentar na pontinha da Lua, como havia feito, e ficar analisando em sua visão homogênea a Terra, a cor da Terra, e o Azul do Amor, desta vez queria conhecer, analisar, estudar e se relacionar com a Lua, e foi o que em poucos instantes o fez.
O Astronauta na Lua e o Azul do Amor, na Terra.
Ele teve a experiência de passar 1 mês e 24 dias com a Lua, e em contratempo, ficar ao faquir da dor por martirizar-se calado.

Às vezes, nesse meio tempo, quando nem o Azul do Amor e nem o Astronauta aguentava, eles iam de encontro, um ao outro, e nessas idas e vindas, provavam-se do que é real, sugavam-se positivamente.
Às vezes, às escuras também, ele ia se sentar na pontinha da Lua, pra ficar de sacada no Azul da Terra; mesmo nos momentos em que passava as noites analisando, pensando, e se apurando, diante de todo falseamento lunático que estavam fazendo, podia ver melhor a Terra, com o tempo, passava a olhar pra Terra aguçadamente.

A convivência na Lua, ainda que abusasse constantemente de sua moradia, foi imensamente fria, tomou nota:
- Isso é um desastronautismo!

Na Lua ele tinha dormido, abusado, morado, e até criado um invento poético chamado de Destamanho, ele dizia para Lua que isso servia para medir tudo aquilo que não desse pra ser medido por uma ferramenta medidora de coisas razoáveis.
O que uma régua não podia medir, era medida pelo Destamanho, tipo: O momento, o beijo, o Sábado, etc.
O que ela não sabia, é que com o Destamanho ele também media o desastronautismo...
E isso doía. Comia dor calado.

Adendo: caso o Destmanho parasse de funcionar, quebrar-se, ia ficar por isso mesmo, chegou certa vez até pensar em criar um outro invento poético pro conserto do objeto, mas não, ele pouco se importou com isso:
- Se quebrar, quebrou.

Bom, nenhum ser vivo é capaz de viver por 777 horas de estrelas n'uma Lua, é necessário de viver a vida da  Terra, do que é real, no Azul da Terra, e com o Azul do Amor.
E então, também sabendo que, tanto o Azul do Amor quanto o Astronauta, por esse tempo, passaram a ver que os signos tiveram um aguçamento aprimorado, (isto não quer dizer que o signo foi desconstruído, destruído, e ou, mudado), é aprimorado mesmo, e assim chegaram-se juntos, um d'outro, o Astronauta, que não é simplesmente apenas um Astronauta, mas sim um bocó, um professor de inglês e violão, quiçá um músico de canções tortas, um escrevedor de inutilezas... um Carmo. E o Azul do Amor, que também não é só simplesmente o azul e nem só o amor, mas sim uma fazedora de poemas dançantes, uma futura de algumas mil coisas, um algo de infinitas coisas, uma amada encarmada, uma cantora, uma bocó Macêdo do que tarde, cujo uma ouve, outra... Verônicas.

Matheus Carmo

sábado, 1 de dezembro de 2012

Literatura à óleo.

Chegando e abrindo o meu escritório de escrever inutilidades pro costume.
Mais uma noite de Sábado que me leva a altas percepções e passar por mais uma mutilada
de versos emprenhados.
Um som forte que toca aos meus ouvidos, um açúcar loiro que massageia meus rins
um tempo de grandes propriedades foi usado no banco branco pra alisar um outro Sábado de fé.
E por tantas gritantes ideias me forçam a embasar as  palavras que correm de vontades gritantes, pocando,
destruindo, rasgando, martirizando, e estourando a bolsa do meu cérebro, "vai nascer vai nascer",
De súplicas e urgência o tempo e a vida se abraça esmagando-me no meio dos teus peitos
pois que paciência e a sabedoria me emaranha e me resenha de lenha de emprenhadas quando não mais que tarda só resta mais o que há de ida do quê qualquer recomeço ou largada
Pensamentos que correm riscos, que correm cansados, que vomitam no Outono de qualquer Primavera
Inconsolavelmente me dão vontades de expelir a desgraça às mãos como quem lava calças imundas de pano jeans ensurradas na pia, depois de terem sidas usadas exaustivamente na labuta do dia-a-dia.
Assim a desgraça estaria limpa para ser morfema literário lexial de base.
Mas só de graça não se faz vida

Só de sol não se nasce um Girassol
Só de merda não se suja um cu
Só de rima não se cria poesia
Só de só não se sente um só
Só de pó não se dilui as substâncias
Só de nada não se tem o tudo.

É necessário de.
É necessário quando.
É preciso que.

A discórdia de qualquer cognação é desculpada pela contínua leitura deste escrito.

- Mais uma loira pra dentro que todo cansado requer anestesia!

  A vontade são das múltiplas, as ideias são das primeiras
as exposições explícitas são das confusões explicativas

- Esse cara sempre tá de boa  -
Tudo legal.

Ai que rima mais desonesta:
Feijão com farinha desprezada
Cerveja com papeis
Curso de letras com Sintaxe
Domingo com Segunda-Feira
Sobriedade com o mundo girando!

E toda máscara dar-se ao medo de deixar às claras todos meus medos, e por isso cansar de toda teoria, enjoar-se de toda fantasia, agraciar-se com todo ato de simplicidade, estar com quem esteja de verdade,
realizar aqui o que realiza-se em uma pseudo realidade
sambar tristemente é só vaidade
perfumes são viadagis
este século grita por cousa real
grita inté pelos ouvidos

Isto rasga sangra rala acaba enxarca estaca farpa ingrata zarpa marta farta encapa aspa caspa pasta
basta, basta, isso basta.

Quanto gerativismo passam na boca dos formigueiros
quanto desentendimento prum paladar que bebeu da água e do vinho
eu não caibo mais nas conformidades censuradas
eu havia querido ouvir o que ninguém nunca disse,
eu queria ser melhor amigo da pressa pra intercambiar a perfeição

E toda banana, ou vira rodela n'um prato simples de arroz em dia qualquer de semana, ou vira a paz de um macaco.
Optar por não optar é só uma opção mal-encubada de livres interpretações
Fiz-me por desoptar as opções.
Fiz-me por ter as noções.
Fiz-me por entortar embobocações.
Fiz-me por ser quem estou.
Estar como quero que sou.
Ter intimidade suficiente pra peidar no soneto quando ver que ele está lindo demais pra pouca poesia.

Eu desvirei um lata vazia pra ela derramar sua alma no solo,
Não deu certo.
Já haviam bebido-a,
por isso essa gente anda tão cheia de gás, artificial.



Matheus Carmo.